A Coordenadora Nacional do Ensino Secundário da Juventude Comunista Portuguesa saúda as diversas lutas dos estudantes realizadas na semana de 19 a 23 de Março, em resposta ao apelo lançado pela Associação de Estudantes da Escola Secundária Carlos Amarante, em Braga, para que os estudantes saíssem à rua em defesa da Escola Pública, Gratuita, Democrática e de Qualidade, assinalando o Dia do Estudante, o dia 24 de Março.
A CNES saúda os milhares de estudantes que, de norte a sul do país e nas ilhas, reclamaram a Escola a que têm direito, denunciando o estado em que as escolas básicas secundárias se encontram, resultado de sucessivos cortes no financiamento para a Educação, em particular os cortes feitos pelo anterior governo PSD/CDS de perto de 2 mil milhões de euros e que o actual governo do PS insiste em não reverter.
Mais professores e funcionários, aquecimento nas salas de aula, melhoria da qualidade e quantidade das refeições servidas na cantina, construção de cantinas e pavilhões gimnodesportivos onde estes não existem, obras nas escolas; muitas foram as reivindicações dos estudantes do Ensino Secundário nestes dias.
Exemplos disso foram as lutas realizadas na ES José Falcão, Coimbra; EB/S Mestre Martins Correia, na Golegã; ES Frei Heitor Pinto, Covilhã; ES de Palmela; EB/S da Rebordosa, em Paredes; ES Augusto Cabrita e ES de Casquilhos, no Barreiro; ES Senhora da Hora, em Matosinhos; ES Carlos Amarante, ES Sá de Miranda, ES Alberto Sampaio, ES D. Maria II, e EB 2/3 Frei Caetano Brandão, em Braga; ES Restelo, ES José Gomes Ferreira, ES Artística António Arroio e ES Camões, em Lisboa; ES da Portela; ES S. João da Talha; ES de Mem Martins, no Cacém; ES de Lagoa, nos Açores; e ES de Silves.
Lutas que, no plano nacional, juntaram milhares de estudantes, a que se somaram muitos outros que assinalaram o Dia Nacional do Estudante com acções mais simbólicas, como a pintura de faixas ou cartazes, ou a distribuição de documentos.
Saudamos a coragem e resistência de todos os estudantes que, apesar da repressão e ataques às democracias e liberdades, não se resignaram e lutaram por mais e melhor para as suas escolas. Direções a tentar impedir a realização de Reuniões Gerais de Alunos, impedimento na distribuição e afixação de propaganda, tentativa de impedimento de manifestações e concentrações à porta das escolas, recorrendo muitas vezes a forças policiais como forma de intimidar e desmobilizar os estudantes, onde são exemplo casos como o da ES Mestre Martins Correia, na Golegã, onde vários estudantes foram chamados à direção como forma de intimidação, os elementos de propaganda foram retirados pelos serviços da Câmara Municipal. Ou ainda como na ES de São João da Talha, em Loures, ou na ES do Restelo, onde apesar da tentativa de desmobilização por parte da polícia, os estudantes resistiram e concentraram-se à porta.
O final da semana não põe um fim à luta. Os estudantes continuarão a lutar por mais e melhor para as suas escolas, defendendo assim a Escola Pública, Gratuita, Democrática e de Qualidade, a Escola consagrada na Constituição, a Escola de Abril.
A JCP apela a todos os estudantes que intensifiquem a luta, que resistam aos ataques aos seus direitos e lutem pela escola a que temos direito.
24 de Março de 2018,
A Coordenadora Nacional do Ensino Secundário da JCP