“Pela luta a conquistámos; com a luta a defendemos! Viva a escola de Abril!”
Desde do último ENES muitas foram as lutas dos estudantes por melhorias nas condições das suas escolas e pela defesa da Educação Pública. A degradação das condições materiais e humanas, o aumento dos alunos por turma, a privatização dos bares e cantinas, o aumento do preço dos manuais escolares, materiais e passes, a diminuição dos apoios sociais e os custos exigidos em fotocópias, folhas de teste e materiais de estudo são só alguns exemplos dos problemas que se foram agravando ao longo do tempo.
Mas a luta não pára, pois os estudantes sabem que é com a luta que conquistamos e defendemos o que é nosso por direito. Saudamos os dias nacionais de luta, convocados pelos estudantes e as suas AEs que mobilizaram milhares de estudantes para as portas das suas escolas e para a rua, como no dia 18 de Março de 2015, 5 de Novembro de 2015, 16 de Março de 2016, 10 de Novembro de 2016 e 16 de Março de 2017. Saudamos também as centenas de acções de luta desenvolvidas e processos reivindicativos em cada escola em torno da exigência de resolução dos seus problemas concretos como são exemplos as lutas na Sebastião da Gama (Setúbal) para voltarem a exercer o direito de controlar o processo eleitoral para a AE; na ES do Monte da Caparica (Almada), na ES Padrão da Légua (Matosinhos) e na ES Alexandre Herculano (Porto) pela urgência das obras; na ES Dr. António Carvalho Figueiredo (Loures) onde se conquistou papel higiénico e sabonete nas casas de banho; na ES Cacilhas-Tejo (Almada) onde se lutou contra a falta de funcionários e pela contratação de mais professores; na ES de Moura contra os exames nacionais e a exigir água quente nos balneários; na ES Diogo de Gouveia (em Beja) onde se lutou contra a sobrelotação das turmas. E muitas mais lutas.
Lutas que ganham grande significado por terem sido travadas sob chatagens, pressões, ameaças; com as tentativas por parte das direções das escolas de nos intimidarem e proibirem de fazer RGAs, de fazermos distribuições à porta da escola ou afixarmos faixas nos portões; perante a tentativa de imposição de espírito competitivo e conformista entre os estudantes. Mas a realidade demonstra que os estudantes não páram e mobilizam-se em torno dos seus direitos e interesses. Pois sabem que é com as distribuições e conversas à porta das escolas, com as pinturas de faixas e com a convocação de RGAs que mais facilmente comunicam e mobilizam mais estudantes para a participação em lutas que são realizadas nas escolas.
Só com a luta iremos recuperar os direitos que nos foram roubados ao longo dos anos, e temos vários exemplos disso por todo o país. A luta desenvolvida pelos estudantes contribuiu para o isolamento social e
derrota do governo PSD/CDS e da sua política que atentou em várias dimensões contra a Educação pública, desde logo pelos cortes impostos de 2.000 milhões de euros. Na nova fase da vida política nacional, com luta dos estudantes e a intervenção do nosso Partido, pouco a pouco têm sido recuperados direitos, e pouco a pouco vai havendo melhorias nas escolas seja no melhoramento da comida dos refeitórios e bares, na reposição do papel higiénico e sabonete nas casas de banho, nas obras feitas e na contratação de mais funcionários e professores.
E é continuando a lutar que vamos conquistar o que ainda falta, é continuando a lutar que poderemos falar de novas conquistas no próximo ENES. É por isso que a semana de luta de 20 a 24 de Novembro deve unir aos estudantes do país em torno da resolução dos seus problemas e da defesa dos seus direitos, pois é com a luta que conquistaremos a Escola de Abril, Pública, Gratuita, Democrática e de Qualidade para todos.
Com a luta a conquistámos, pela a luta a defendemos, viva a Escola de Abril!