Foi, a 6 de Março de 1921 que nasceu o Partido Comunista Português. Diferentemente de outros partidos comunistas que nasceram de cisões de partidos socialistas ou social-democratas, o PCP emergiu do sindicalismo revolucionário e do anarco-sindicalismo, sob influência dos ventos libertadores da Revolução de Outubro de 1917, tendo desde o início uma forte ligação ao movimento operário português e às organizações sindicais de massas.
Mesmo com o golpe de Estado de 28 de Maio de 1926 e o regime fascista que se lhe seguiu o PCP não cessou a actividade – de resto foi o único partido português a resistir e a lutar contra o fascismo até ao fim. Na clandestinidade os militantes comunistas deram provas da sua capacidade de organização, de abnegada militância, tendo muitos dado a própria vida na luta pela liberdade.
Foi determinante o contributo do PCP para o desenvolvimento das grandes lutas dos trabalhadores e do povo contra o fascismo, pela democracia e a liberdade. Lutas travadas nas mais duras condições, enfrentando a repressão do regime fascista. Foi também fundamental o papel do PCP na construção de unidade entre todos os democratas e anti-fascistas, participando e dinamizando espaços de convergência, de que são exemplos maiores o MUNAF, o MUD e as candidaturas de Norton de Matos e Humberto Delgado, entre outros. O Avante! – órgão central do PCP fundado em 1933 – foi também importantíssimo para divulgar junto dos trabalhadores e do povo as lutas de massas, o projecto do PCP, a realidade internacional e nacional, naquele que foi o jornal que, em todo o mundo, mais tempo resistiu de forma ininterrupta à censura fascista.
Para que o PCP cumprisse esse papel de vanguarda, foi essencial a definição de orientações correctas para a luta. Os vários Congressos do PCP, realizados em condições de clandestinidade, foram importantes momentos de discussão colectiva, tendo especial importância o VI Congresso do PCP (1965) que, tendo por base o relatório de Álvaro Cunhal “Rumo à Vitória!”, definiu as tarefas do Partido na luta contra o fascismo. A definição da via para o derrubamento do fascismo como uma revolução democrática e nacional – etapa e parte constituinte da luta pelo socialismo em Portugal – foi determinante para a acção do PCP nos anos que se seguiram, vindo a confirmar o acerto dessa orientação pelo 25 de Abril e as características dessa revolução libertadora.
A revolução do 25 de Abril e todo o período que se segue comprova o papel determinante e insubstituível do PCP, a sua ligação ao povo e aos trabalhadores e o prestígio que tem junto destes – desde logo comprovado com as conquistas de Abril, de direitos e liberdades, a promulgação da Constituição da República Portuguesa. Também é reconhecido o seu papel de defesa das conquistas de Abril e dos direitos dos trabalhadores perante as ofensivas do processo contra-revolucionário, agravado pela integração capitalista na UE. Procurando sempre dar resposta aos anseios dos trabalhadores e do povo, o PCP tem um intenso trabalho institucional desenvolvido não só na Assembleia da República, como também no Poder Local, nas autarquias, e também no Parlamento Europeu. Mas, acima de tudo, o PCP tem como prioridade o desenvolvimento da luta de massas, porque só a luta pode defender, repor e conquistar direitos.
Em todas as circunstâncias este é o compromisso do PCP: sempre com os trabalhadores e o povo, pela democracia e pelo socialismo!