O corte no passe escolar, tal como tantas outras políticas de direita, veio agravar a vida dos estudantes. Este roubo implicou o aumento dos custos para os estudantes e para as suas famílias, em muitos casos os passes passaram a custar mais de 100 euros, valor suportado na íntegra pelas famílias, que viram também os seus rendimentos cortados e os custos de vida a aumentar, em especial no último governo PSD-CDS.
O corte no desconto de 50% para os estudantes com menos de 23 anos fez com que muitos estudantes deixassem de se deslocar para a escola e usufruir das outras componentes na vida de um jovem, como o desporto, a cultura e o convívio. Para além disto foi também uma forma de entrave à organização dos jovens.
Apesar de toda a ofensiva e propaganda, os estudantes, conscientes dos seus direitos, tomaram nas suas mãos a defesa do passe. Esta luta foi de tal forma intensa que o governo se viu obrigado a adiar, de forma cobarde, a extinção do passe escolar 4_18 para julho de 2012, momento em que os estudantes não estão em aulas e que mais dificilmente se conseguem organizar e lutar.
Este adiamento mostra que a luta organizada é capaz de alterar a situação e de que a força dos estudantes e a justeza da sua luta traz frutos.
E trouxe! Nos últimos 4 anos, de intensa luta dos jovens para resistir aos cortes e retirada de direitos do governo PSD/CDS, os estudantes não esqueceram de exigir a reposição do passe e é por isso que hoje está em cima da mesa a sua reposição parcial no Orçamento de Estado para 2017. Ainda que muito insuficiente, devendo todos os jovens (não apenas até aos 23 anos) estar contemplados por um desconto de 50% (e não 25%) enquanto estiverem a estudar, é uma conquista que aos estudantes e à sua luta pertence.
Cabe agora aos estudantes a continuidade desta luta, reivindicando a reposição integral dos passes 4_18 e sub_23, assim como a conquista do seu alargamento e de outros direitos que assegurem melhores condições de vida para todos.