Saudação à luta Ensino Superior do Porto em defesa de um Ensino Artístico digno e em condições!

Saudamos a luta
Ensino Superior do Porto
em defesa de um Ensino
Artístico digno e em
condições!

A Direcção Central do Ensino Superior da JCP saúda a luta dos estudantes Ensino Superior do Porto em defesa de um Ensino Artístico digno e em condições, reafirmando a sua postura de apoio às justas reivindicações e aspirações dos estudantes e da juventude.

A concentração, de ontem, realizada na Praça D. João I que contou com a presença de várias dezenas de estudantes da FBAUP, FAUP, ESMAE, ESMAD e ESAD demonstra, uma vez mais, a capacidade mobilizadora dos estudantes em lutar por um Ensino Superior que, verdadeiramente, preze todas as suas dimensões. Esta acção expôs os diversos problemas que os estudantes do Ensino Superior Artístico hoje vivem, denunciando o desinvestimento crónico deste grau de Ensino e a progressiva desresponsabilização do Estado sobre as suas funções sociais.

Os estudantes que saudamos deixam bem assente que o Ensino Superior de qualidade não se concretizará enquanto existir a falta de condições ou não existência de salas de aula, o preço exorbitante das propinas, nomeadamente no 2º e 3º ciclo, a não realização de aulas por falta de professores, a inexistência de espaços de estudo, atelier e de trabalho manual nas Instituições, as elevadas despesas nos materiais de belas artes que não são consideradas despesas de educação ou com a falta de apoio e espaços para a exposição de projectos criativos.

A falta de condições das Instituições do Ensino Superior tem reflexos claros na formação dos estudantes destas áreas, sendo o espelho da situação e dos problemas estruturais do Ensino Superior em Portugal. A solução para estes problemas e estas reivindicações só pode passar pelo reforço do Investimento no Ensino Superior.

O desinvestimento em sectores essenciais como o Ensino Superior, bem como a Cultura, é visível e alvo de preocupação dos estudantes.

Só a ruptura com as políticas de direita que têm vindo a ser seguida por sucessivos governos PS, PSD e CDS pode dar estabilidade e futuro ao Ensino Superior e à formação cultural.

A Direcção Central do Ensino Superior da JCP apela à intensificação da luta organizada dos estudantes em torno das suas justas aspirações, pela resolução dos problemas concretos das suas faculdades e por um Ensino Superior Público, Gratuito, Democrático e de Qualidade

SaudaçãoLutaEstudantesEnsinoSuperior

Saudamos a luta
dos estudantes
do Ensino Superior

A Direcção Central do Ensino Superior da Juventude Comunista Portuguesa saúda a luta dos estudantes em defesa de um Ensino Superior público, gratuito, democrático e de qualidade, reiterando que está e estará sempre ao lado das justas aspirações e reivindicações dos estudantes e dos jovens portugueses.

 
A concentração realizada ontem, dia 18 de Novembro, lançada por várias Associações de Estudantes na cidade de Lisboa em frente da Assembleia da República, bem como as diferentes acções de luta realizadas pelos estudantes da FCSH-UNL, FLUL, ISCTE-IUL, FLUP e pelos estudantes da Universidade de Coimbra na passada semana são de extrema importância, seja pelo exemplo dado, seja pela situação que hoje vivemos deixando sementes de esperança para um futuro à altura das suas justas aspirações.
 
Esta acções expuseram os diversos problemas das Instituições do Ensino Superior e reivindicaram a necessidade de mais investimento por parte do Estado. Os estudantes que saudamos deixam bem assente que um Ensino Superior de qualidade não se coaduna com a falta de condições materiais nas faculdades, com a falta de condições nas residências nem com a insuficiência de camas, com a dificuldade de se assegurar o processo de ensino-aprendizagem, nem com a existências de propinas, taxas e emolumentos que continuam a ser uma das principais barreiras de acesso a este grau de ensino, ou com o desmantelamento das Repúblicas em Coimbra.

Neste quadro importa salientar que no contexto da discussão do Orçamento do Estado cabe ao Governo fazer uma opção: ou está do lado dos estudantes ou continua com a opção de não romper com as políticas de direita. Uma e outra opção não são conjugáveis. Neste quadro de opções destaca-se as propostas apresentadas pelo PCP que não baixando os braços ante um Orçamento que não respondem aos problemas do país tem mais uma vez
um conjunto de propostas que resolvem os problemas sentidos pelos estudantes do Ensino Superior, pautando a sua intervenção pela necessidade de uma resposta coerente e que vá de encontro das reivindicações estudantis.

 
O apoio e a valorização deste grau do Ensino Superior passa pela necessidade de resolução de problemas estruturais que afectam os estudantes e as suas famílias. A JCP reitera que o futuro deste grau de Ensino terá que passar pelo que o PCP propõe: pelo fim no imediato de todas as barreiras socioeconómicas, como as propinas em todos os ciclos, pelo reforço e melhoria da Acção Social Escolar, como a melhoria do regulamento de atribuição de bolsas, bem como um aumento do seu valor e pelo reforço de verbas para a construção e reabilitação de residências na Rede Pública de Alojamento Estudantil. A sua valorização passa também, como exprimiram os estudantes, pelo reforço imediato da financiamento para o Ensino Superior, assegurando o seu carácter público e gratuito.
 
A JCP apela à intensificação da luta organizada dos estudantes em torno das suas justas aspirações, pela resolução dos problemas concretos das suas faculdades e por um Ensino Superior público, democrático, gratuito e de qualidade.

“Comunist” Boletim Colectivo IST

Boletim #01

22 de Abril 2020

Condições para estudar

O Instituto Superior Técnico, tal como muitas faculdades, tem implementado no último mês um modelo de ensino à distância, garantido aulas por videoconferência, entregas online de trabalhos, relatórios laboratoriais e testes.

Embora seja muito positivo que se esteja a continuar com os estudos no IST, os modelos de avaliação apresentam muitas discrepâncias entre si pois a decisão de como esta decorrerá não parece ser dos alunos, da direção do Técnico, ou do concelho pedagógico, mas sim de cada departamento ou mesmo de cada docente.

Antes da implementação deste tipo de ensino teria sido inconcebível entregar um relatório de uma atividade laboratorial não realizada, tanto que se um aluno faltasse a um laboratório poderia ser reprovado mesmo tendo comparecido aos restantes e tendo passado no exame. Agora, pedem aos estudantes que não compareçam aos laboratórios, mas que realizem o elemento de avaliação correspondente. Esta avaliação será completamente fútil e injusta uma vez que está a avaliar conhecimentos que os alunos não tiveram oportunidade de adquirir. Ao mesmo tempo, há laboratórios que estão a ser cancelados, passando as cadeiras a ter uma avaliação puramente teórica.

O mesmo acontece com os testes: enquanto a alguns alunos está a ser dada a oportunidade de realizar  testes em casa ou até a sua substituição por fichas e trabalhos, mantendo a avaliação continua; outros são obrigados a adiar tudo para a época de exames, ficando a avaliação do semestre condensada em apenas três semanas (duas semanas de primeira fase e uma de segunda), sobrecarregando os alunos.

Não bastando estas desigualdades que acabam por ser um pouco arbitrárias, dependendo apenas da cadeira ou do professor que se tem neste semestre, há desigualdades que não o são, recaindo sobre as pessoas que não têm computador ou acesso estável à internet em casa. Como é que estas pessoas poderiam ter uma avaliação justa se não conseguem assistir às aulas? Como poderiam ter uma avaliação justa se não conseguem realizar trabalhos pois estavam dependentes do computador da faculdade? Como poderiam sequer ter qualquer avaliação se não conseguiram ter acesso ao teste? Este é um problema com que vários estudantes se deparam, não só no IST, mas em todo o país, em todos os graus de ensino. Ter acesso a um computador é uma responsabilidade que não deve ser posta sobre os estudantes e as suas famílias, nem sobre a faculdade em si, mas sobre o governo que deve garantir a todos igual acesso à educação e à informação.

Os alunos no IST sempre tiveram dificuldades em estudar sem um computador (estando toda a matéria e informação sobre as cadeiras online e sendo necessários trabalhos que exigem uso de ferramentas informáticas para programação, modelação ou para a simples escrita de um relatório), este novo modelo de ensino não só revelou as desigualdades que já existiam antes, como as veio aprofundar.

Salas de Estudo

 

A nossa convivência nos espaços da faculdade reverte-se em vários momentos. Para além dos momentos lúdicos e recreativos com os nossos colegas, do espaço de aprendizagem e formação existente nas salas de aulas, a faculdade serve também para nós, estudantes, enquanto espaço de estudo individual. Neste sentido é sempre importante e auxiliar para complementação das matérias leccionadas o nosso próprio momento de estudo que deve ser acompanhado por condições necessárias e acessíveis a todos os estudantes do Técnico. Contudo esta não é uma realidade concreta do Técnico. Até quando todas as salas de estudo do IST estão abertas, que é raro devido à escassez de funcionários, as mesmas estão sempre cheias durante as épocas de avaliações, não só com estudantes do IST mas também com alunos de outras faculdades. Isto não é só sinal de que a disponibilidade de salas de estudo é uma necessidade real dos estudantes, em particular daqueles cujos cursos incluem muitos trabalhos em grupo, mas também de que a falta de espaços apropriados para o estudo (individual ou colectivo) é um problema que afecta todas as faculdades da ULisboa.

 

Além disso, as salas de estudo do IST, em especial as do Espaço 24, carecem de controlo de temperatura adequado, sendo que nos períodos de maior lotação a qualidade do ar é prejudicial para a saúde dos alunos, e estando os mesmos sujeitos a temperaturas extremas nos meses de Inverno e Verão, que interfere com o trabalho académico de muitos.

 

Os espaços da faculdade não devem servir só para que nós possamos ir às aulas, mas também para termos acesso a demais ferramentas que nos auxiliem e projectem a nossa aprendizagem. É ainda de realçar que os espaços do IST recebem vários estudantes de toda a universidade de Lisboa que procuram locais de estudo. Assim a criação de novos e melhores espaços seria não só benéfico para os estudantes do Técnico como para toda a comunidade estudantil da UL. 

 

Relembramos que o Estado tem como dever assegurar o financiamento das IES e garantir as condições necessárias para que os estudantes  cumpram o seu percurso académico, e por tal não se deve imiscuir do seu papel enquanto garante de um Ensino Superior digno e para todo