Nota de imprensa sobre a qualidade/quantidade das refeições servidas nas cantinas das escolas públicas

Dadas as várias denúncias presentes nas últimas semanas relativamente à falta de quantidade e qualidade nas cantinas escolares, a Coordenadora Nacional do Ensino Secundário da JCP vem, mais uma vez, denunciar que este problema ocorre no quadro geral da degradação da escola pública. A qualidade e/ou quantidade da comida servida nas cantinas escolares já é, há muito, assunto primeiro nas várias lutas travadas pelos estudantes portugueses. Desde o início do ano lectivo, inúmeras foram as queixas apresentadas à Direção-Geral dos Estabelecimentos Escolares, denunciando a falta de condições, falta de pessoal nas cantinas e a má qualidade, unida à pouca quantidade da comida servida. A Escola, como órgão de formação da integridade do indivíduo, deve e tem de prezar tanto a integridade intelectual, como a integridade física e a saúde. Estas e muitas outras deficiências devem-se ao desinvestimento na Escola Pública, que afeta milhares de estudantes e de escolas por todo o país, nomeadamente, à concessão de refeitórios e cantinas a empresas privadas.

A CNES da JCP não se conforma e apela aos estudantes que se organizem e que lutem por uma escola digna, uma escola de qualidade, a Escola de Abril.

Lisboa, 4 de Novembro de 2017
A Coordenadora Nacional do Ensino Secundário da JCP

14º Encontro Nacional do Ensino Secundário

Após grandes avanços e conquistas que a juventude e o povo conseguiram com a Revolução de Abril, têm sido muitos os ataques e retrocessos que sucessivos governos têm vindo a impôr.

As consequências de mais de 40 anos de política de direita estão à vista: escolas sem condições, com falta de professores e trabalhadores não-docentes, os custos na educação (manuais e materiais escolares, transportes, taxas, etc.) cujo reverso da moeda é o abandono escolar e uma crescente elitização do Ensino Público. Participar numa associação é cada vez mais difícil pela excessiva carga horária e burocratização do acesso aos direitos de dirigente associativo. Mas a juventude não se resigna.

MAS A JUVENTUDE NÃO SE RESIGNA!

A juventude luta e resiste. Se não fosse a luta de décadas, hoje viveríamos ainda com menos direitos. São milhares os estudantes nas suas escolas que se mobilizam e unem todos os dias para exigir o cumprimento dos seus direitos.  Exemplo disso, foram os direitos conquistados na nova fase da vida política nacional, com a luta dos estudantes e o papel do PCP no plano institucional, em que, ainda que insuficientes, se conseguiram registar vários avanços importantes para os estudantes. Desde o fim dos exames nacionais para o 4º e o 6º ano, bem como a gratuitidade dos manuais escolares para o 1º ciclo de escolaridade, este é um momento que demonstra que os estudantes têm que estar unidos, organizados e lutarem pelo que têm direito, pois com a luta será possível conquistarmos ainda mais direitos, por muito que nos digam que lutar não vale a pena.

E, ainda assim, tentam apagar e minimizar a importância e coragem das lutas travadas. Tentam empurrar-nos para a ideia de que lutar não vale a pena, que mais vale cada um cuidar da sua vida, de que o país atravessa um período difícil e é inevitável adiarmos os nossos direitos, de que quem exige os seus direitos e organiza uma luta vai contra a normalidade que nos é imposta. Tentam fazer crer que o enorme desinvestimento na Escola Pública é inevitável e que, perante isto, temos é de estar calados São inúmeros os obstáculos à participação democrática tentando impedir Reuniões Gerais de Alunos, como já aconteceu em várias escolas, e a acção do movimento estudantil em pleno, na defesa dos direitos que os estudantes têm.

TENTAM MAS NÃO CONSEGUEM!

Os comunistas estão ao lado de todos os que, corajosamente, lutam e resistem, porque a juventude unida pode construir um país e um mundo melhores. É possível um país em que a juventude viva com os seus direitos respeitados, com educação pública, gratuita, democrática e de qualidade para todos, e que a formação integral do indivíduo seja objectivo primordial do Ensino em Portugal.

É neste contexto que a dia 11 de Novembro, se realiza, em Lisboa, o 14º Encontro Nacional do Ensino Secundário. Realizado de 2 em 2 anos este  representa o momento alto do Ensino Secundário, que elege a Coordenadora Nacional do Ensino Secundário da JCP. É neste encontro que centenas de jovens discutirão, de norte a sul do país, os problemas das suas escolas, as lutas que terão de travar para resolvê-los e definirão as linhas de trabalho para os próximos dois anos.

Este é o Encontro que os estudantes do Ensino Secundário têm para que melhor possam discutir e colectivamente decidir o que fazer daqui para a frente. É necessário que todos os militantes venham ao ENES e que amigos se juntem a este Encontro e o enriqueçam com as suas experiências e anseios.

Damos assim corpo ao 14º Encontro Nacional do Ensino Secundário da JCP, e também tu podes fazer parte deste espaço de solidariedade, luta que é parte do projecto da emancipação da juventude e que é parte da transformação da sociedade em que vivemos.

Na construção de uma Escola Pública diferente todos fazem falta! Com a luta a conquistámos, com a luta a defendemos. Viva a Escola de Abril!

Contacta a JCP e vem ao 14º ENES, dia 11 de Novembro, em Lisboa, com transportes de todo o país.

Saudação à luta dos estudantes da Academia Contemporânea do Espetáculo

A Juventude Comunista Portuguesa saúda a corajosa luta dos estudantes da ACE que se manifestaram na Cidade do Porto pelos seus direitos. Os sucessivos atrasos nos subsídios e a falta de financiamento no Ensino Profissional e em particular na ACE, têm posto em causa a qualidade do ensino e as condições materiais, de mobilidade de dignidade dos estudantes. Muitos, acabam por ser empurrados para ter que trabalhar e estudar pelos atrasos nos subsídios. Assim esta luta, de mais de uma centena de estudantes, precedida de uma Reunião Reral de Alunos, significam uma importante jornada dos estudantes do Ensino Profissional pela dignificação desta via de ensino e pelos seus direitos. Apesar das tentativas de repressão e proibição da manifestação por parte da Câmara do Porto, os estudantes resistiram e concentraram-se na DGEST-Direcção de Serviços da Região Norte com grande combatividade.