Saudamos a luta dos estudantes do Ensino Superior de Coimbra

Saudamos a luta dos
estudantes de Coimbra

A Direcção Central do Ensino Superior da JCP saúda a luta dos estudantes do Ensino Superior de Coimbra, reiterando a sua total solidariedade com a grande confiança e determinação dos estudantes em reivindicar as suas mais justas aspirações.

 A concentração e desfile realizado pelos estudantes, que culminou junto das Cantinas Amarelas, para além de um exemplo vigoroso da convicção e garra dos estudantes em reivindicar um Ensino Superior justo e de qualidade, foi também um exemplo demonstrativo das actuais condições deste grau de Ensino e dos seus problemas estruturais. Condições estas que se pautam pela actual ineficácia da Acção Social Escolar, fruto da falta financiamento sobre esta mesma, resultando na degradação dos serviços prestados. Mais concretamente os estudantes denunciaram o número insuficiente de cantinas, o que gera grandes filas para almoçar, com a agravante de as Cantinas Amarelas continuarem sem refeição social, desde há dois anos, e o facto de este ano a Cantina de S. Jerónimo ter aberto sem refeição social. Os estudantes expuseram, também, as condições nas Residências, tanto ao nível da necessidade de obras como o caso de os estudantes que as habitam se verem forçados a comprar equipamentos e electrodomésticos com o seu próprio dinheiro. Uma outra

reivindicação que os estudantes trouxeram à rua é o fraco apoio às Repúblicas de Coimbra, onde muitas das quais enfrentam hoje momentos difíceis, correndo mesmo o risco de despejo.

Os problemas que os estudantes de Coimbra salientaram demonstram o rumo que as sucessivas políticas de direita têm traçado para o Ensino Superior, procurando desvirtuar o conceito da Acção Social Escolar, e gerando um impacto negativo na vida dos estudantes e das suas famílias. A JCP reitera que o futuro do Ensino Superior terá que, inevitavelmente, passar pelo reforço do financiamento no Ensino Superior, nomeadamente nos serviços da Acção
Social Escolar de modo a que esta cumpra, de facto, o seu propósito de garantia na igualdade do acesso, frequência e sucesso escolar através de apoios directos e indirectos.

A Direcção Nacional do Ensino Superior da JCP apela à intensificação da luta organizada dos estudantes em torno das suas justas aspirações, pela resolução dos problemas concretos das suas faculdades e por um Ensino Superior Público, Democrático, Gratuito e de Qualidade.

Alterações curriculares em Medicina prejudicam estudantes!

Com o novo ano lectivo, a Faculdade de Medicina inaugurou um novo plano curricular que tira direitos aos alunos, enquanto lhes impinge deveres de professor.

 

Em determinadas cadeiras um aluno de 6.º ano passa a receber nos seus períodos lectivos um aluno do 2.º ano (em alguns casos, até mais), ao qual tem que ensinar competências de prática médica, sem qualquer pagamento ou  preparação, e de forma obrigatória, com peso na avaliação final do estágio. Esta “novidade” insere-se no PAAP — Programa de Aprendizagem Assistida por Pares.

 

 

Esta realidade demonstra a falta de condições pedagógicas e ao mesmo tempo dos Hospitais da Universidade de Coimbra, que, a rebentar pelas costuras com estudantes e internos, ficam agora mais sobrelotados, criando um ambiente desconfortável para os pacientes e dificultando o trabalho das enfermarias. O PAAP só foi dado a conhecer aos alunos no imediato, recusando-se a faculdade a informar alunos de outros anos, que futuramente vão estar implicados, até ao final do ano lectivo.

 

 

Bolseiros em Coimbra obrigados a cobrar propinas!

 

Outra das novidades é a bolsa em Gestão de Ciência e Tecnologia criada pela Universidade de Coimbra. O objectivo é que sejam os bolseiros a cobrar propinas e taxas em dívida, enquanto se vêem sem contrato de trabalho, sem direito a subsídio de desemprego, de férias ou 13.º mês, sem acesso a uma Segurança Social justa e sem direito a fazer greve. Nesta situação precária, os bolseiros ficam também numa posição de porta-voz da UC no que toca a afastar cada vez mais estudantes do Ensino Superior, usando a propina como barreira de acesso e frequência.