XII CONFERÊNCIA NACIONAL DO ENSINO SUPERIOR Projecto de Resolução Política
06-Out-2006
Organizar para Intervir 1 INTERVENÇÃO
1.1 O PAPEL DA JCP E DOS ESTUDANTES COMUNISTAS
1.1.1 INTERVENÇÃO NA ESCOLA: A PRIORIDADE DO ESTUDANTE MILITANTE COMUNISTA
1.1.2 AFIRMAÇÃO DA JCP
1.1.3 MOVIMENTO ESTUDANTIL - TRABALHO UNITÁRIO
1.2 OUTROS ASPECTOS DA INTERVENÇÃO DA JCP
2 ORGANIZAÇÃO
2.1 COLECTIVOS DE ESCOLA
2.2 PLENÁRIOS E ASSEMBLEIAS: ESPAÇOS DE DISCUSSÃO
2.3 RECRUTAMENTO E ENQUADRAMENTO DE NOVOS MILITANTES
2.4 FUNDOS
2.5 IMPRENSA PARTIDÁRIA
2.6 FORMAÇÃO E TRABALHO IDEOLÓGICO
2.7 FICHEIRO

1 INTERVENÇÃO

1.1 O PAPEL DA JCP E DOS ESTUDANTES COMUNISTAS

O estudante comunista é o elo de ligação entre a organização da JCP e o meio em que vive, age, participa e estuda. É através do militante da JCP que os ideais comunistas ganham forma perante outros estudantes e estes tomam contacto com as ideias e posições da JCP, com a maneira como esta intervém, com a sua organização característica. A JCP, enquanto Organização Revolucionária da Juventude, intervém directamente nos locais e ambientes onde se encontram os jovens, quer seja no estudo, no trabalho ou no lazer. Assim, os estudantes comunistas agindo, de forma organizada, na sua escola e no mundo onde vivem, são um factor essencial para a elevação da consciência política e da capacidade reivindicativa da juventude e para a sua organização. O estudante comunista deve ser um elemento agitador junto dos seus colegas, de consciencialização acerca da situação actual do Ensino Superior e de vanguarda no que diz respeito aos meios de organização, de luta e de iniciativa estudantil. Só assim será possível que, no âmbito do trabalho colectivo, o estudante comunista funcione como despoletador de acção e dinâmica estudantis. O estudante comunista deve representar as justas preocupações dos colegas, deve ser o primeiro a inquietar-se com estas, desde os mais pequenos aos mais graves problemas. O estudante comunista deve ainda estar na vanguarda da interpretação da realidade, da percepção das questões de fundo subjacentes a todo e qualquer problema e da compreensão das razões implícitas em cada uma das medidas políticas aplicadas ao Ensino Superior. O estudante comunista, tendo o colectivo de escola como forma de organização de base, aprende a intervir na sua escola. Munindo os colectivos de conhecimento sobre as situações e problemas concretos desta, define linhas de intervenção e age colectivamente na defesa dos direitos dos Estudantes. O grau de organização e capacidade de intervenção de um determinado colectivo de escola da JCP reflecte-se na dimensão da resposta do conjunto dos estudantes dessa escola perante um ataque aos seus direitos. Onde os colectivos da JCP são coesos e se encontram cimentados e enraizados nas massas estudantis, os estudantes têm mais condições de reivindicação e de defesa políticas, de acordo com as suas aspirações e direitos. Cabe à JCP o papel de vanguarda na luta estudantil, em defesa dos problemas, direitos e aspirações dos estudantes. Nesta luta de massas, durante a qual os estudantes tomam contacto com as propostas justas da JCP, a Organização reforça-se directamente e este reforço traduz-se também no reforço da luta. É pois, com base nesta relação dialéctica, que a JCP intervém e se reforça na luta. Assim, o papel da JCP é o de funcionar como organização aberta à participação de todos, que dirija a consciencialização dos estudantes e que reúna condições para ser pólo de agitação das massas estudantis em função e em torno dos seus próprios problemas e direitos. O papel da JCP, e em concreto da OESup, e a intervenção diária dos estudantes comunistas no Ensino Superior adquire uma enorme importância para o aprofundamento da consciência e da luta estudantil. O trabalho desenvolvido pelos estudantes comunistas no seu dia-a-dia e a capacidade da Organização do Ensino Superior de reunir um conjunto largo de experiências e de conhecimentos em todo o país, são fundamentais para um enriquecimento da análise, consciência e luta do movimento estudantil. Luta esta que não pode ser vista como um fim mas como um caminho para ser alcançada a Escola Pública, Gratuita e de Qualidade que defendemos, como um meio para a sua efectiva democraticidade no que concerne ao acesso, frequência e gestão, contribuindo decisivamente para o nosso projecto mais geral de sociedade desenvolvida, liberta da exploração do homem pelo homem, da opressão, das discriminações, desigualdades, injustiças e flagelos sociais inerentes ao capitalismo, por um Portugal desenvolvido e verdadeiramente democrático – um Portugal socialista, rumo ao comunismo.

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1.1.1 INTERVENÇÃO NA ESCOLA: A PRIORIDADE DO ESTUDANTE MILITANTE COMUNISTA

É no espaço da escola que se sente a cada vez maior ofensiva ao Ensino Superior Público, a sua elitização e todas as injustiças protagonizadas pelas políticas de direita dos sucessivos Governos PS e PSD (com ou sem PP). Assim, sendo a escola o espaço onde os estudantes mais fortemente sentem os problemas, é o local privilegiado para intervir, para ir ao contacto com as massas estudantis, consciencializá-las e criar dinâmica de luta. A escola deve ser a prioridade de intervenção do militante comunista do ensino superior, uma vez que é lá que há uma efectiva ligação e conhecimento dos problemas dos estudantes, sendo assim o local privilegiado para a denúncia das políticas de direita e para a mobilização de todos os estudantes para a luta. A intervenção nos problemas específicos de cada escola, o contacto com os estudantes, a sua consciencialização, deve ser feita diariamente no espaço da escola e da turma pois só assim serão cada vez mais os estudantes envolvidos na luta pelo Ensino Público, Gratuito e de Qualidade para Todos. E quanto maior o conhecimento dos militantes acerca dos problemas da escola, mais condições terão de intervir neste espaço. Por outro lado, intervir nas escolas deve ser uma prioridade também pelo espaço de excelência que é de afirmação da JCP e dos ideais comunistas. Indo ao concreto, demonstrando a posição da JCP relativamente a problemas específicos da escola e outros mais abrangentes, conseguimos contactar mais facilmente com as massas estudantis e, consequentemente, contribuir para a sua consciência política e mobilização para a luta na defesa dos seus direitos. A importância da escola como espaço prioritário de intervenção está também relacionada com o facto deste ser o espaço onde os estudantes do Ensino Superior estão mais próximos das contradições da luta de classes, sendo a escola um reflexo destas. Desde a XI CNES, a OESup tem dado alguns passos positivos, mas no entanto ainda está aquém no conhecimento profundo e intervenção sobre os problemas específicos de cada escola. Uma linha de trabalho da XII CNES deve ser então aprofundar o conhecimento que se tem dos problemas concretos de cada escola, discutir nos colectivos medidas para denunciá-los e combatê-los, envolvendo as massas estudantis, aumentando a intervenção da JCP neste espaço e o seu papel na dinamização da luta.

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1.1.2 AFIRMAÇÃO DA JCP

Incumbe à OESup e a todo o jovem militante comunista, a afirmação da JCP no seio dos estudantes do Ensino Superior, quer pela denúncia e contestação das políticas neoliberais do governo para a Educação quer pelo aprofundamento e contestação dos problemas de cada escola. Transversal a ambas deve ser a divulgação das propostas da JCP e do PCP, do ideal comunista. É também tarefa da OESup todo o trabalho em torno de questões de outros âmbitos, que no entanto estejam ligados à juventude. Além do esforço de aprofundamento crítico e denúncia (consciencialização) e luta (mobilização) dos estudantes, a JCP tem também dado passos significativos na afirmação das propostas e ideal comunista. Entre a XI e a XII CNES, foram realizadas duas campanhas de início de ano lectivo, uma campanha de solidariedade e mobilização com e para a luta estudantil, uma campanha contra a implementação do processo de Bolonha em Portugal (sendo de destacar a distribuição de uma brochura explicativa e a recolha de assinaturas contra a implementação do processo), uma campanha direccionada para o Ensino Particular e Cooperativo, campanhas de preparação e divulgação da XII CNES, além da contribuição da OES para a campanha de divulgação do VIII Congresso da JCP. Todo este trabalho desenvolvido foi muito importante para a consciencialização das massas estudantis e para o combate ao Governo e às suas políticas para o Ensino Superior. Ao desenvolvimento de actividade em cada escola, acresce uma maior importância relativamente à de âmbito nacional, uma vez que é esta que permite aos jovens comunistas conhecer os problemas específicos das escolas onde se inserem e sobre estes trabalhar. Neste aspecto, o desenvolvimento de actividade em cada escola é determinante para melhor enquadrar e aprofundar a dinâmica global da ofensiva do governo contra os estudantes do Ensino Superior e seus direitos, sendo o esforço da organização e intervenção local essencial para o futuro da luta. No âmbito da sua actividade e dadas as dificuldades encontradas pela JCP em se divulgar através da comunicação social, urge redobrar os esforços dos colectivos e organizações da OESup no sentido da produção e distribuição regular de boletins informativos e comunicados, fundamentais para uma mais eficaz divulgação de posições e ideias. Apesar de terem sido dados alguns passos positivos neste sentido, é preciso que se incentive e acentue esta prática na organização, dada a importância que assume. Estes documentos, bem como todas as iniciativas de afirmação da JCP, devem reflectir profundamente a realidade vivida em cada escola de modo a reforçar a ligação e afirmação da JCP junto dos estudantes, cabendo a sua edição a cada colectivo.

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1.1.3 MOVIMENTO ESTUDANTIL - TRABALHO UNITÁRIO

Para a JCP, o trabalho unitário, enquanto instrumento de ligação às massas, desempenha um papel importante na integração do estudante comunista na escola como elemento agitador, bem como se assume como um dos espaços privilegiados para este defender os direitos e problemas dos estudantes, consciencializá-los e mobilizá-los para a luta. O trabalho unitário dos estudantes comunistas quer seja em Associações de Estudantes, Órgãos de Gestão ou núcleos e plataformas de estudantes deve ter também a preocupação de fomentar a consciencialização dos estudantes, incentivando-os ao trabalho activo nestes espaços, no sentido do reforço da actividade e independência na luta pelos seus direitos e interesses. Assim, a JCP assume a unidade como uma convergência, a curto ou médio prazo, de esforços entre estudantes comunistas e seus colegas, por objectivos concretos e definidos, na qual o militante comunista tem por excelência um importante papel. A participação dos estudantes comunistas junto dos vários órgãos e estruturas unitárias deve ser uma preocupação permanente da JCP. Esta participação dos comunistas deve ser encarada como forma de garantir a defesa intransigente dos direitos e interesses dos estudantes, a não partidarização e a independência dos mesmos. A dinamização da luta, não se desprendendo da participação em órgãos ou estruturas unitárias, deve ser também encarada como uma das preocupações permanentes no seio da JCP, devendo os estudantes comunistas, participando ou não numa associação de estudantes ou em qualquer outra estrutura unitária, garantir que a luta pelos direitos e interesses dos estudantes seja realizada. A dinamização de projectos e movimentos unitários em processos eleitorais, bem como a criação de plataformas de luta, assumem um papel muito importante no enraizamento do militante comunista como elemento agitador no seu meio e reconhecido como tal. Assim é fundamental aprofundar a discussão nas Organizações sobre a intervenção e influência da JCP nas várias estruturas unitárias, bem como a dinamização ou participação de estudantes comunistas em projectos ou movimentos unitários. Para além disto, é de extrema importância que se discuta nas Organizações o entendimento que a JCP tem do exercício do poder, isto é, aquilo que se pretende quando um estudante militante comunista participa num órgão ou estrutura unitária. Desde a XI CNES verificou-se, na participação de estudantes comunistas em órgãos e estruturas unitárias, um retrocesso. Urge agora desenvolver esforços para contrariar esta tendência, impulsionando e participando em projectos coesos para os processos eleitorais e dinamizando plataformas de luta.

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1.2 OUTROS ASPECTOS DA INTERVENÇÃO DA JCP

A ligação do trabalho diário da OESup ao trabalho institucional da JCP e do PCP reveste-se de uma grande importância. Concretizar a nossa actividade de denúncia, luta e reivindicação, de âmbito geral e dos problemas concretos das escolas e dos estudantes na Assembleia da República, não só contribui para a resolução dos mesmos, como contribui para a aproximação e afirmação da JCP e do PCP junto dos estudantes. Demonstra ainda a JCP como a única força que realmente luta pelos direitos e interesses dos estudantes. Enquadram-se neste tipo de trabalho quer a divulgação das propostas concretas da JCP e do PCP, quer a apresentação dos problemas concretos das escolas sob a forma de requerimentos ao Governo, quer a realização de visitas de deputados da AR do PCP a escolas. Esta tem sido uma linha de trabalho que deve ser intensificada, já que permite uma maior divulgação e esclarecimento sobre as propostas do Partido na AR junto dos estudantes como também desenvolver trabalho na defesa dos interesses e direitos destes. A articulação entre o trabalho da JCP e do grupo parlamentar tem permitido levar à AR um conjunto de propostas intimamente ligadas com as aspirações juvenis. No entanto, apesar de terem sido dados passos no reforço deste aspecto do nosso trabalho, ainda está longe do possível e necessário e é preciso que se desenvolvam esforços no sentido da ligação entre o trabalho diário e o institucional se tornar quotidiana. Não obstante a oposição de classe entre aqueles que são os proprietários dos meios de comunicação social dominante e os comunistas, é necessário trabalhar no sentido de romper o bloqueio ideológico por eles imposto podendo e devendo ser a comunicação social usada como meio de divulgação da nossa actividade e propostas, de modo a atingir um maior número de estudantes e a afirmar a JCP na sociedade em geral. Têm sido feitos esforços no sentido de divulgar as nossas posições através da comunicação social, com o recurso a notas e conferências de imprensa divulgando posições ou iniciativas. O nosso trabalho nesta área é, no entanto, manifestamente insuficiente, sendo necessário intensificá-lo, dando particular atenção aos órgãos de comunicação social regionais e locais, nos quais usualmente existe maior abertura para a inclusão de notícias sobre a JCP. A Internet, enquanto instrumento de divulgação de informação em constante evolução, muito usado pelos estudantes do Ensino Superior, deve ser explorada de modo a potenciar os espaços de intervenção que proporciona. Devem ser melhor aproveitados os espaços destinados à Organização do Ensino Superior na página construída pela JCP, bem como melhor divulgadas as páginas da JCP e do PCP.

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2 ORGANIZAÇÃO

2.1 COLECTIVOS DE ESCOLA

O colectivo de escola é a forma de organização de base dos estudantes comunistas do Ensino Superior. É o espaço por excelência de discussão e mobilização dos militantes para as tarefas e linhas de intervenção traçadas pela Organização e pelo próprio colectivo do qual fazem parte. O colectivo de escola é assim preponderante quer para o enquadramento e organização dos militantes, quer para a sua formação política e ideológica e quer, sobretudo, para o reforço da Organização da JCP. Se é no colectivo de escola que devem ser discutidas formas criativas de aplicar as orientações nacionais definidas pela Organização, tendo em conta a sua realidade, também deve ser neste colectivo que devem ser encontradas soluções de intervenção para aspectos e problemas, característicos de determinada escola. O papel de activista na escola que um militante da JCP deve ter, também se enquadra na denúncia dos problemas concretos da sua escola e na intervenção colectiva da JCP sobre esses mesmos problemas. A partir de situações específicas, enquadrando-as na ofensiva que o Ensino Superior tem vindo a sofrer, torna-se mais fácil consciencializar os estudantes para essa situação actual e a JCP, bem como os estudantes comunistas, são reconhecidos pelo esforço desenvolvido. O colectivo de escola tem ainda o papel principal no esclarecimento e mobilização para a luta, especialmente pela acção que deve desenvolver na sua escola. Este surge como um espaço privilegiado para a preparação e o envolvimento de todos os militantes na sua actividade e para o entendimento daquele que deve ser o seu papel, enquanto estudante comunista, no meio em que interage. O colectivo de escola tem assim uma importância redobrada na discussão, definição e acompanhamento da participação dos estudantes comunistas do colectivo no movimento associativo e unitário, tendo em conta as orientações gerais traçadas. Todas estas prioridades de trabalho do colectivo de escola interagem entre si pois a sua relação é profundamente dialéctica. A regularidade de reuniões, de planeamento e de desenvolvimento de trabalho pelo colectivo de escola é muito importante quer para o fortalecimento desse mesmo colectivo, quer para a formação e desenvolvimento dos militantes que o compõem, quer para a afirmação da JCP e dos ideias comunistas. A regularidade da actividade de um colectivo bem como da sua intervenção na escola, é muito importante também para um maior e melhor conhecimento daqueles que são os justos problemas e aspirações dos estudantes e, consequentemente, para uma maior intervenção sobre estes. Foram dados alguns passos positivos desde a última CNES relativamente aos colectivos de escola, desde a sua criação ao funcionamento. No entanto, é fundamental tentar criar colectivos nas escolas onde actualmente não existem, tornar mais coesos os colectivos enfraquecidos, aprofundar o potencial de intervenção e iniciativa própria de cada colectivo, bem como o acompanhamento destes pela direcção.

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2.2 PLENÁRIOS E ASSEMBLEIAS: ESPAÇOS DE DISCUSSÃO

Os plenários e assembleias das OESup, enquanto espaços de troca de opiniões e experiências, de tomadas de posição, definição de estratégias e avaliação da organização por parte de todos, constituem um valioso factor da democracia interna. A sua importância, a sua influência e o seu papel repercutem em praticamente todos os aspectos da vida da organização. Desde a última CNES apenas se realizaram assembleias de OESup em Coimbra, Lisboa e Porto. É fundamental aumentar o número de organizações em que se realizam plenários e assembleias, procurando fazer-se no mínimo uma assembleia em cada OESup até à próxima CNES.

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2.3 RECRUTAMENTO E ENQUADRAMENTO DE NOVOS MILITANTES

O recrutamento é uma tarefa essencial para o reforço e rejuvenescimento da Organização, bem como dos colectivos, potenciando o aumento da actividade da JCP, e o reforço da intervenção e da luta junto dos jovens. Assim, esta deve ser uma tarefa fundamental e regular de toda organização. Só aumentando o número de militantes da JCP, conseguiremos atingir os nossos objectivos, sendo muitos mais os activistas a participar na discussão e no trabalho colectivo, na luta pela transformação da sociedade. O enquadramento dos novos militantes, o seu acompanhamento, a sua integração na discussão e a sua responsabilização com tarefas concretas, tendo em conta a sua disponibilidade e as suas características pessoais, é essencial para que o recrutamento faça sentido e para que efectivamente se reforce a organização. Só deste modo se garante que os novos militantes são verdadeiramente integrados no trabalho da JCP e que crescem na sua militância. Ainda no plano do enquadramento, é necessário ter em acrescida atenção os militantes que passam da Organização do Ensino Secundário para a Organização do Ensino Superior, de modo a que estes se integrem na discussão e intervenção nas questões concretas do Ensino Superior. O mesmo se passa em relação aos militantes que vão para o mercado de trabalho e que é importante serem envolvidos no trabalho da Juventude Trabalhadora, para que se integrem na discussão e intervenção nos problemas laborais. Têm-se dado passos positivos em relação ao recrutamento na OESup, sendo de salientar o número de recrutamentos conseguidos no âmbito da preparação do VIII Congresso. Ainda assim, permanecem algumas dificuldades na regularidade desta tarefa, assim como em recrutar estudantes do Ensino Superior Politécnico e Privado. No quadro do enquadramento, sentem-se algumas dificuldades em responsabilizar os novos militantes. Assim, para conseguir a regularidade desta tarefa, há que continuar com o levantamento de nomes de amigos e simpatizantes da JCP para recrutar e chamá-los a participar na actividade da JCP; com a preocupação de acompanhar e responsabilizar os novos militantes e com a afirmação da JCP nas escolas. Para que isto aconteça, o controlo de execução destas tarefas também tem que ser regular, assumindo um papel essencial.

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2.4 FUNDOS

A recolha de fundos, revela-se de grande importância no desenvolvimento da JCP, assumindo um carácter estrutural numa organização que vê as suas receitas provenientes do contributo dos militantes. Desta forma, a regularização das quotas, enquanto primeiro acto militante de contributo financeiro, assume uma importância politica essencial para o desenvolvimento da JCP, sendo uma das formas de garantir que as organizações são capazes de suportar as suas actividades de intervenção, do mais básico ao mais complexo, desde o cartaz que se cola ao documento que se distribui na escola. Para além da importância da regularidade da cobrança de quotas, as organizações devem conseguir uma recolha de fundos através de várias iniciativas de convívio, bem como da produção de materiais para venda. Só assim é possível um funcionamento regular da actividade das organizações. A recolha de fundos assume grande importância na JCP pois para manter a sua independência ideológica, torna-se necessário que esta seja também independente financeiramente. Para que a tarefa de recolha de fundos seja encarada como prioritária, deverá existir uma responsabilização dos militantes comunistas, aos mais variados níveis, facilitando assim o entendimento da importância desta tarefa para o aumento da capacidade realizadora da OESup. Só a discussão sobre fundos nas Organizações, permitirá um entendimento da importância politica destes e a tomada de medidas para que se contrarie a situação actual e se caminhe para uma efectiva recolha regular de fundos. Assim, há que dinamizar estas discussões pela importância política e ideológica que a recolha de fundos assume mas também pela sua importância prática na actividade da JCP. Por outro lado, para manter a sua independência ideológica, torna-se necessário que a JCP seja também independente financeiramente. Desde a XI CNES verificaram-se alguns progressos na recolha de fundos, ainda que estes avanços tenham sido dados no plano extraordinário da recolha regular de fundos da organização, como por exemplo durante a Campanha de Fundos do VIII Congresso da JCP.

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2.5 IMPRENSA PARTIDÁRIA

Num contexto em que cada vez é maior a ofensiva ideológica e em que a maioria dos órgãos de comunicação social servem claramente os interesses do capital, provocando o bloqueio ideológico, é essencial uma grande divulgação da imprensa partidária, o Agit, o Avante! e o Militante, que transmitem a realidade dos factos do ponto de vista dos trabalhadores. É assim fundamental divulgá-la junto dos nossos colegas. A leitura da imprensa partidária pelos militantes da JCP tem também um papel importante na sua formação ideológica, sendo um instrumento para reforçar a sua intervenção nas escolas, criando condições nos militantes para consciencializar as massas estudantis e mobilizá-las para a luta. No plano da imprensa partidária, a OESup tem dado alguns passos positivos, nomeadamente na organização de várias vendas especiais do Agit e do Avante. No entanto, ainda se sentem algumas insuficiências relativamente à regularidade da venda da imprensa partidária, sobretudo no plano interno, na venda orgânica do Agit e na venda semanal do Avante.

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2.6 FORMAÇÃO E TRABALHO IDEOLÓGICO

A formação ideológica, assumida como tarefa contínua de cada Organização, potencia as condições de intervenção de cada militante no meio que se insere, uma maior desenvoltura na consciencialização e mobilização dos demais estudantes para a luta contra as ofensivas governamentais, no combate à ofensiva ideológica capitalista veiculada pela generalidade dos órgãos de comunicação social e na denúncia dos métodos e formas da exploração capitalista. Parte significativa da formação ideológica de cada militante é adquirida através do trabalho diário: na discussão no colectivo/organização, na intervenção diária na escola, na luta. A formação que se adquire no trabalho diário da organização deve ser complementada pela análise e aprofundamento do ideal e projecto comunista e da sua base teórica – o marxismo-leninismo – através da leitura e estudo da imprensa do Partido e da JCP, dos princípios orgânicos da JCP e do Programa e Estatutos do PCP, dos comunicados que uma e outra organização emitem e dos debates que organizam. Os cursos de formação ideológica, no Centro de Estudos Sociais do PCP ou nos centros de trabalho, são outro instrumento de grande importância para o desenvolvimento político-ideológico dos militantes e quadros da JCP. No processo de formação ideológica de cada militante, para além do esforço e estudo individual de cada comunista e da importância dos cursos de formação ideológica, a organização de debates, por parte das OES, assume uma acrescida importância. O debate é um espaço privilegiado para potenciar a discussão de assuntos que digam respeito a questões imediatas da nossa intervenção e outros que poucas vezes temos oportunidade de debater, com a possibilidade de poder ser uma iniciativa aberta a estudantes não comunistas. Assim, deve-se fazer um esforço de promover mais debates nas diversas OESup, até por ser um instrumento de trabalho fácil de concretizar. Desde a última CNES, a OESup organizou dois cursos de formação ideológica de âmbito nacional, sendo que um deles foi realizado excepcionalmente no Norte, para os militantes das Organizações do Ensino Superior dessa região terem mais condições de participação. Este trabalho, em articulação com o Centro de Estudos Sociais do PCP, revela-se muito positivo, sendo importante melhorá-lo no que concerne à planificação e diversificação das aulas e dos cursos, bem como à promoção de cursos de formação descentralizados.

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2.7 FICHEIRO

É através de um ficheiro actualizado que nos é permitido ter a noção da realidade da organização do Ensino Superior. É assim fundamental saber quem são, quantos são e onde estão os militantes da JCP do Ensino Superior, para uma maior e melhor intervenção. Através da actualização do ficheiro, frequentemente se consegue reforçar e fazer crescer colectivos, bem como envolver e responsabilizar militantes no trabalho da organização. No entanto, pela sua importância, não deve ser encarada como uma tarefa pontual, mas como algo que exige da organização uma atenção e actualização permanente. Manter o ficheiro actualizado deve ser assim uma tarefa regular da organização. A Organização do Ensino Superior tem demonstrado algumas dificuldades em manter a regularidade desta tarefa, ainda que se tenham dado passos significativos no âmbito da preparação do 8º Congresso. Assim, várias são as organizações que não têm o ficheiro actualizado. Com vista a dar uma melhor resposta a esta tarefa, devem ser responsabilizados militantes nos colectivos.

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