28-Abr-2005 |
A discriminação de que é alvo o ensino superior politécnico
em relação às universidades é um dos principais problemas
deste sub-sistema. Esta é uma das conclusões do Encontro Nacional
de Quadros do Ensino Superior Politécnico da JCP, que se realizou no sábado.
Os participantes referem que o politécnico recebem menos financiamento
do Estado, menos bolsas de estudo e com um valor médio de menos 50 por
cento do valor das atribuídas nas universidades. Além disso, não
pode formar o seu corpo docente nem fazer investigação científica.
Outros problemas foram apontados no decorrer do encontro, como a gestão
pouco democrática com a participação muito limitada dos estudantes;
o aumento do valor das propinas; e a existência de um modelo bietápico
estanque, retendo os estudantes no final dos bacharelatos e impedindo-os de iniciarem
de imediato as disciplinas dos dois últimos anos.
O Processo de Bolonha foi também abordado. Os participantes consideram
que a tentativa de implementar este protocolo não atende aos interesses
dos estudantes e coloca em causa a sobrevivência das escolas se as propinas
do segundo ciclo de ensino forem mais altas do que as actuais.
Os militantes comunistas sublinham que actualmente há muitas escolas em
situação de ruptura financeira, atrasos de meses no pagamento de
bolsas de estudo e subsistem situações de gritante falta de condições
materiais e humanas.
A JCP considera que os anteriores governos são responsáveis por
esta situação e exige ao novo executivo medidas concretas para a
sua resolução. No entanto, a partir de uma análise ao Programa
do Governo, afirma «não ter ilusões»: não há
intenções de executar a necessária mudança política».
«O único caminho que garante a resolução destes e de
outros problemas dos estudantes é o desenvolvimento da luta estudantil
em torno de problemas concretos e objectivos imediatos, a par do crescimento da
organização da JCP», lê-se no comunicado.
in Avante!, Nº 1639, 28 de Abril de 2005 |
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