AGIT – Ensino Secundário Fev. 2021

Falta de democracia nas escolas

IMPORTÂNCIA DA LUTA

46 anos após a Revolução de Abril, assistimos a ameaças constantes às liberdades democráticas nas escolas e à luta dos estudantes.

Com o aumento da mobilização estudantil, aumentam os ataques às liberdades democráticas dos estudantes, com o objetivo de impedir a sua organização e luta pela escola a que têm direito.

A epidemia foi pretexto para muita coisa e também para ataques à democracia nas escolas. Muitas foram as escolas onde não se realizaram eleições para a Associação de Estudantes. Em alguns casos, por decreto ilegítimo das direcções escolares, noutros pela falta de respostas e garantias para que os estudantes se sentissem seguros e motivados no exercício de um dos seus direitos.

Mas bem sabemos que os problemas não são de agora.

Os estudantes organizam-se em Associações de Estudantes, mas vêem as suas ações frequentemente sabotadas pelas direcções escolares, que interferem  no programa e no processo eleitoral. Chegam mesmo a restringir o número de alunos autorizados a votar e a interferir na contagem dos votos!

Injustificadamente, são impedidas RGA’s e Assembleias de Turma ou mesmo acções de luta. Com o impedimento das RGA’s, por exemplo através da não disponibilização de salas ou do impedimento da passagem e divulgações de abaixo-assinados, os alunos são obrigados a recorrer a soluções improvisadas como fazê-las à entrada das escolas. Por outro lado, não raras vezes procuram contrariar qualquer espírito reivindicativo e advertem os estudantes só por terem a coragem de não ficar calados perante algum problema ou injustiça.

Nas eleições em algumas escolas assistimos a um elevado nível de abstenção. E porquê? Porque os alunos não são ouvidos. Não falam das suas necessidades, não são estimulados a participar e a repensar aquilo que lhes é dito dogmaticamente e deixam de ter esperança na mudança, olhando-a como uma utopia. Dão o “caso por perdido” e limitam-se a aceitar.

Por isto, a luta dos estudantes é tão importante nas escolas. Pela criação de uma consciência de luta e de crença – por acreditarem que é possível combater a campanha do medo e afirmar que a luta é, efetivamente, o único caminho. Por isto, a intervenção dos comunistas é indispensável, construindo essa luta com todos os estudantes, introduzindo os problemas e as soluções nestes processos eleitoral que muitos quereriam tornar inócuos.

A epidemia e as medidas implementadas tornam ainda mais relevante a pergunta – como é possível que os alunos, no local onde passam uma grande parte do seu dia, não tenham liberdade para para se associarem, para discutirem, para agir e para lutar? Quanto mais democrática for a escola, mais democrático será o país

CategoriasSem categoria