Ensino profissional com direitos!
No quadro dos impactos da epidemia da Covid-19 na educação, volta a registar-se, à semelhança do que se sucedeu no passado ano lectivo, grande incerteza quanto ao decorrer das actividades escolares, particularmente das avaliações. O ensino à distância não garante o acesso à aprendizagem de muitos estudantes sem meios para ter aulas ou para estudar. Por outro lado, há que garantir que os estudantes não são prejudicados com a reposição de módulos ou na execução dos seus estágios.
Na actual fase é essencial que se garantam as condições para o retorno, logo que possível, ao ensino presencial, assegurando o cumprimento das regras de higiene e segurança nas escolas, como o distanciamento físico, que não é possível devido à falta de espaço das salas e no número elevado de alunos por turma. Falta de espaços que também impede que os alunos possam fazer as suas refeições respeitando as devidas medidas de prevenção. Isto resulta da degradação das condições materiais das escolas, que já eram manifestamente insuficientes.
Observámos durante o primeiro período a tentativa de imposição de ataques à participação democrática dos estudantes, num momento em que tudo serve de pretexto para retirar direitos. Exemplo disto é a existência de direcções de escolas que vêm hipocritamente invocar razões sanitárias para impedir as eleições para as AE’s. Por outro lado, somam-se cortes que não olham a quem se está a prejudicar, com muitos estudantes a perder este ano o subsídio de alimentação, ao mesmo tempo em que se cortam salários e rendimentos das suas famílias, com muitos trabalhadores em layoff e o aumento do desemprego.
Já tivemos o exemplo do ano letivo anterior em que vimos que o ensino à distância não é nem será uma solução para os estudantes, pois as disciplinas práticas não podem ser feitas online, pelo que teriam de ser dadas condições para estudar e sem que os estudantes sejam prejudicados.
Tudo isto vem no sentido de ataque aos direitos dos estudantes do Ensino Profissional e desvalorização deste sistema de ensino. É, por isso, importante que estes se unam para que juntos possam fazer a diferença e dar força à luta para que se oiçam os estudantes e se cumpra o que é seu por direito.