A dignidade do Ensino Profissional tem sofrido duros golpes por parte do governo da política de direita.
É clara a política dos sucessivos governos de não investimento na criação de escolas profissionais públicas, atirando para privados a criação de escolas para este ensino. A realidade demonstra que entidades privadas não têm, nem terão como prioridade a qualidade a dignidade do ensino, nem tão pouco o delinear de políticas educativas que melhor possam servir o desenvolvimento no nosso país. Hoje existem cada vez mais estudantes a optar pelo ensino profissional, condicionados por dificuldades económicas e sociais, procuram aceder ao mercado de trabalho com a maior urgência.
Os problemas que os estudantes do ensino profissional enfrentam por decisões políticas, por parte de sucessivos Governos são o pagamento de propinas, o pagamento de materiais escolares, recuperações de módulos, fardas e do passe escolar. Sendo os custos cada vez mais caros, os estudantes não os conseguem suportar e este é um factor que condiciona os sonhos e aspirações dos estudantes, seja na opção por um curso profissional em detrimento do ensino regular, seja na elitização a que assistimos na frequência de determinadas escolas profissionais que têm custos demasiado elevados impossibilitando muitos jovens de escolherem áreas, como a fotografia, o design ou a multimédia.
Outro dos grandes problemas que o profissional enfrenta é o tipo de formação que é dada, pois é virada para o mundo de trabalho e para criação de mão-de-obra disponível, acrítica e de baixos salários, mais sujeita à exploração, em detrimento de uma formação mais completa dos estudantes, não dando formação adequada, pondo disciplinas como Português, Inglês, Matemática e outras de parte tirando a componente teórica.
Os estudantes do Ensino Profissional lutam pela dignificação do de Ensino. A JCP defende a dignificação do Ensino Profissional enquadrando esta exigência na luta pela Educação Pública, Gratuita e de Qualidade para Todos. No Ensino Profissional exige-se, exigimos, mais financiamento, o fim das propinas; horários menos sobrecarregados; a existência de uma formação integral que valorize mais os programas que os estudantes usufruem no Ensino Profissional o fim das desigualdades de acesso ao Ensino Superior; o alargamento do pagamento de subsídios e apoios a mais estudantes; mais apoios para os estágios.
Os estudantes do Ensino Profissional lutam ainda para o que haja democracia nas escolas profissionais,e para isso enfrentam a batalha pela criação de mais Associações de Estudantes, que defendam os seus direitos.
A intervenção diária dos estudantes comunistas do Ensino Profissional tem um importante papel para a dinamização desta luta e para a organização dos estudantes em torno das suas reivindicações.
Escola Profissional de Moura
Na Escola Profissional de Moura decorreu um abaixo-assinado onde os alunos exigiram o direito ao transporte e a reposição do passe escolar. Reivindicação que une os estudantes de todo o país mas que aqui tem grande alcance devido às dificuldades existentes no Alentejo, particularmente em Beja. Os alunos residentes a 50 km ou mais da escola têm direito a transporte e subsídio, mas os alunos residentes a menos de 50 km da escola, que também passam dificuldades no deslocamento para a mesma, não têm.
A recolha de assinaturas para este abaixo-assinado foi dificultada pelo facto de muitos colegas estarem em formação de contexto laboral, tendo poucas aulas na escola. Por isso, foi realizado um mapa de recolha de assinaturas e assim conseguimos ir ao encontro dos alunos que estavam em estágio.
Os alunos desta escola encontram-se também em processo de realização a constituição de uma Reunião Geral de Alunos que visa a formação de uma Associação de Estudantes que englobe todos os estudantes da escola.
Escola Profissional da Vidiguera
Na Escola Profissional da Vidigueira debate-se com uma importante luta pela retirada dos telhados de amianto. É um problema que diz respeito a todos: desde professores, funcionários e alunos.
Outro problema presente neste escola é a desigualdade entre os estudantes, visto que apenas os que residem no concelho da Vidigueira têm acesso aos manuais, que são atribuídos pela Câmera Municipal. Os estudantes sabem que é ao Governo que cabe o investimento necessário para que todos os estudantes, independentemente do seu concelho de origem e das suas dificuldades sócio-económicas, tenham direito a manuais escolares gratuitos, por isso têm lutado nesta e noutras escolas. Pelo direito à educação pública, gratuita e de qualidade, para todos.
Actualmente, está a ser desenvolvido um boletim do colectivo de escola da JCP referindo este problemas para que os alunos tomem consciência sobre este assunto e tomem uma decisão em relação a este problema.
Nós, alunos do ensino profissional, também temos direitos! Vamos continuar a Lutar!