No passado dia 15 de Março os estudantes Porto, Lisboa, Coimbra, Braga, Évora e Almada saíram à rua numa manifestação em Lisboa reivindicando o reforço da acção social escolar e o congelamento das propinas. Estiveram presentes para dizer que não é aceitável que haja redução da acção social escolar, ao mesmo que são cada vez maiores os custos inerentes à frequência do Ensino Superior. Do Largo do Carmo à Assembleia da República, pôde ouvir-se que “propinas e bolonha são uma vergonha”, “acção social não existe em Portugal”, “propinas são para acabar, não são para aumentar”.
Esta manifestação, que esteve inserida na “Campanha Nacional por Mais e Melhor Acção Social Escolar” que lançou um um abaixo-assinado exigindo medidas que dêem resposta às necessidades dos estudantes (como um novo regulamento de atribuição de bolsas, a reposição do passe escolar, a passagem imediata das cantinas concessionados para os serviços de Acção Social), foi por isso também o mote para a entrega das cerca de 7000 assinaturas recolhidas por todo o país. A Campanha conta com a subscrição de mais de duas dezenas de estruturas e grupos estudantis e irá continuar, como ficou patente nas intervenções no final da manifestação apontando acções que irão decorrer ainda este ano lectivo para exigir melhoria das condições para estudar.
Propinas – uma vitória que prova que só a luta alcançará um Ensino Superior Gratuito, Democrático e de Qualidade para Todos
Foi votado na Assembleia da República o congelamento do valor mínimo e máximo das propinas, o que significa que foi impedido o aumento anunciado. Esta medida, apresentada pelo PCP, só foi aprovada porque os estudantes não desarmaram e nunca deixaram de reivindicar, provando, mais uma vez, que será a luta a definir, uma inversão das políticas seguidas, para que as propinas (que no valor actual continuam a ser um entrave intransponível para a maioria dos estudantes) acabem de uma vez e para que a Acção Social Escolar cumpra efectivamente o seu papel. Para isso a mobilização dos estudantes em cada escola será determinante e o momento tem de ser de ainda mais luta, para que à nova fase da situação política corresponda efectivamente uma mudança de políticas.