No decorrer de mais uma época de exames, os estudantes sentem agora mais que nunca o acumular das dificuldades que sentiram ao logo de todo o ano lectivo. Desde 1996, que os exames são um entrave ao progresso dos estudantes para o Ensino Superior e um ataque à avaliação contínua.
A Educação enquanto direito constitucional, é um factor emancipador para cada um e para o país, por isso é necessário que o acesso ao Ensino Superior assente numa política que tenha em conta as aspirações dos estudantes mas também as necessidades do país. Neste sentido, a JCP reafirma que é necessário o fim progressivo do limite de vagas no acesso ao Ensino Superior (Numerus Clausus).
O argumento de que os exames são uma ferramenta para por todos os estudantes em pé de igualdade não podia ser mais falso. Os Exames Nacionais degradam a componente pedagógica da escola e moldam as notas dos estudantes. Pois um estudante que esta inserindo numa turma com 30 ou mais alunos, não se pode comparar com um estudante que tem 15 na mesma turma, ou então um estudante que não tem capacidade financeira para adquirir todos os livros não está também no mesmo nível que um aluno que para alem de ter todos os manuais tem ainda explicações e manuais de apoio para os exames.
Para além disto, existem cada vez mais estudantes a trabalhar durante o ano lectivo e/ou nas férias de Verão para poder estudar, retirando assim tempo não só ao estudo como também à sua vida pessoal. Anualmente há milhares de estudantes, filhos dos trabalhadores, que ficam à porta do Ensino Superior devido a todas estas dificuldades.
Com os enormes cortes que foram aplicados na educação, todos estes problemas foram ainda agravados pela falta de condições materiais e humanas nas escolas.
A Coordenadora Nacional do Ensino Secundário, da Juventude Comunista Portuguesa, exige o fim dos Exames Nacionais, como instrumento de elitização do ensino e defende a aplicação real da avaliação contínua como o instrumento de uma avaliação justa e que tem em conta a especificidades de cada aluno. Sendo esta a única maneira de aplicar o princípio constitucional de uma educação justa e para todos, não sendo os alunos beneficiados ou prejudicados devido à sua condição económica.
Não é justo que Exames Nacionais, pagos, com matéria de 3 anos, decidam em 2 horas o futuro de milhares de estudantes, com base em todas estas dificuldades. Por isso a CNES apela a todos os estudantes que continuem a lutar por uma Escola Pública, Gratuita e de Qualidade e que exijam uma avaliação justa e contínua, porque vai ser através da luta que teremos a escola a que temos direito.