A Juventude na defesa de Abril
No presente, de olhos postos no futuro
O derrube da ditadura fascista e a democratização e construção de um projecto alternativo para Portugal trouxeram consigo enormes conquistas para a juventude. No entanto, é apenas justo que às camadas mais jovens da população seja atribuído o devido valor na luta antifascista, sendo necessário relembrar que os direitos que se mantêm e os que nos foram sendo retirados resultaram da luta, com sacrifícios colectivos assinaláveis.
Uma das principais bandeiras da juventude continua a ser o direito à educação e, embora Abril tenha aberto portas a muitos milhares de estudantes ao acesso e frequência em todos os graus de ensino, a reacção tem tratado de levantar barreiras de classe ao longo dos anos. Hoje, continua a ser mais difícil para um jovem de uma família trabalhadora estudar e agarrar com as suas mãos o destino da sua vida.
O desinvestimento público continua a andar de braço dado com o objectivo mais ou menos declarado de privatização do Ensino, da mesma forma que os exames nacionais são indissociáveis do numerus clausus no Ensino Superior. As insuficiências da Acção Social no combate às desigualdades são agravadas pela introdução das propinas e pela destruição do projecto de gestão democrática dos Estabelecimentos de Ensino.
O Ensino é a face visível do projecto de classe em que o investimento na satisfação das necessidades dos jovens é o mínimo necessário para a sua reprodução e contínua exploração, onde também pesa, dialecticamente, a própria correlação de forças em determinado momento, a dinâmica de luta das massas juvenis que arrancam e obrigam a conquistas e avanços contrários a esse projecto, como as recentes reduções do valor da propina são exemplo
Na Saúde, especialmente na sexual e reprodutiva, na Cultura e no também no Desporto, a autonomia e liberdade de alguns contrasta com tantos que continuam a ser deixados de lado.
Perante estas ofensivas ao projecto de Abril, que visava também a emancipação e elevação do patamar de consciência, da capacidade de pensar e de intervir da juventude, a JCP e o PCP ganham particular relevo, pela sua capacidade de propor, intervir e mobilizar. Ao lado dos jovens, em todas as batalhas, nas escolas, institutos, faculdades e locais de trabalho.
Sobre a juventude, enquanto elemento vivo e irreverente da nossa sociedade, coloca-se a necessidade de agitar, pondo as questões determinantes para a construção de um projecto alternativo e verdadeiramente democrático em cima da mesa, das mais concretas às mais gerais, introduzindo-as nas conversas com os amigos e colegas, nos estabelecimentos de ensino, mas também nos clubes e associações.
Ser jovem e defender Abril é agitar e lutar, porque a luta que levamos para o futuro é a que construímos no presente.
Este ano agitamo-nos à janela, de casa ou onde estivermos, às 15 horas. Cantar a Grândola também é lutar.
AVANÇAMOS COM A FORÇA DA JUVENTUDE!
Falar nos 40 anos da JCP traduz, sobretudo, um corajoso compromisso com o futuro de organizar e assumir em toda plenitude o papel de vanguarda da juventude portuguesa